01 março 2010

PostHeaderIcon Italianos ultra bronzeados

Depois de um certo tempo na Itália, não é difícil perceber que muitos italianos e italianas “desfilam” bronzeadíssimos em praias e outros ambientes. "Clones" de Donatella Versace e Valentino estão por todo lado... Diante desta curiosa constatação, o “Morar na Itália” resolveu investigar o assunto.
Na internet, encontramos uma matéria interessante sobre o assunto.  Nela, a autora (Alline Mazz) enfatiza que pouquíssimas pessoas usam creme “bloqueador” ou “de proteção” solar (quase sempre intitulados “bronzeadores” na Itália), ao passo que outras parecem se “carbonizar” ao sol. Tal obsessão pelo bronzeamento é um “fenômeno” que há anos domina a Itália e tem até nome: Tanorexia.
Segundo Mazz, dentro da cultura italiana ser bronzeado é sinônimo de ser saudável, bonito, sexy, jovem, feliz, realizado e com status social. O próprio Primeiro-Ministro Italiano, Silvio Berlusconi (sempre bronzeado), ao ser interrogado sobre sua opinião sobre o então eleito Presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, curiosamente declarou: “È giovane, bello ed abbronzato!” (“É jovem, bonito e bronzeado!”). Isso é válido também para as celebridades italianas do mundo da moda, cinema, TV e demais formadores de opinião na mídia.
A “Tanorexia” - popularmente conhecida como “Síndrome de Posh e Becks” (alusão ao “casal celebrity” Beckham) - também afeta os Estados Unidos, Inglaterra, Espanha e Portugal. Trata-se de um distúrbio causado pela obsessão de se estar cada vez mais bronzeado, mesmo nos meses invernais e a qualquer custo, a despeito dos danos causados pelo sol. A palavra deriva do verbo inglês “tan” (bronzeado ou bronzear) e relaciona-se em muitos aspectos com o conhecido distúrbio de imagem corporal Anorexia. Da mesma forma como os anoréxicos tem uma visão distorcida de sua própria imagem (nunca estão suficientemente magros), também os tanoréxicos nutrem a obsessão de que nunca estão suficientemente bronzeados. E também como a anorexia este distúrbio tem tratamento psicoterapêutico.
Mazz destaca que a tanorexia na Itália atinge ambos os sexos, mas é mais notada em mulheres magras, com idades entre 16-40 anos, baixa auto-estima, preocupação excessiva com a aparência, elevada ansiedade e tipicamente provenientes do norte do país. Estima-se que tal distúrbio afete 20% das adolescentes italianas. Não obstante, trata-se também de um significativo problema de saúde pública, tendo em vista os crescentes diagnósticos de câncer de pele (principalmente a forma maligna, melanoma) e a falta de campanhas sobre proteção solar no país. Cerca de 30% dos italianos consideram completamente desnecessário o uso de fotoprotetores durante a exposição solar (sendo que o dano causado pelo sol é cumulativo).
Duas características marcantes da tanorexia, segundo a autora, são também o uso excessivo de autobronzeadores e a dependência do bronzeamento artificial nos meses frios. Há relatos de adolescentes que freqüentam sessões até 3 vezes por a semana. A câmara de bronzeamento artificial possui lâmpadas com radiação ultravioleta que reproduzem em potência equivalente a 15 vezes a luz solar do meio-dia. Isso faz aumentar estratosfericamente o envelhecimento precoce da pele (rugas), riscos de lesões e queimaduras solares e a incidência de câncer de pele (a ponto de ser proibido no Brasil, conforme matéria da Folha de São Paulo).
Confira aqui algumas dicas de saúde relacionadas à exposição ao sol.
Câmaras de bronzeamento podem viciar tanto quanto as drogas (matéria de "O Globo", 20 de Abril - posterior a este post).

6 comentários:

Anônimo disse...

Alline Mazz é médica pos-graduada em Medicina e Cirurgia Estética pela Union Internationale de Médicine Esthétique (U.I.M.E.)e Mestre em Ciencias da Saude e Meio Ambiente, autora de "Educaçao para Fotoproteçao".
Citamos suas credenciais por uma questao complementar.
Parabéns pelo post!

Profe Márcia disse...

Aqui no Sul, as colônias Italianas valorizam o corpo bronzeado como sinônimo de trabalho.
É comum os colonos ficarem excessivamente bronzeados nas épocas de plantio e colheita da uva, já que trabalham até no horário onde a exposição ao sol deveria ser moderada ou nula. Será que também tem haver?
Beijão para vocês!!!

Davi disse...

Oi Márcia!!! Pode ser que tenha a ver. Não sou expert no assunto (talvez pudéssemos perguntar isso para a Drª Mazz), mas a "Tanorexia" parece ser uma obsessão mesmo. Tanto no inverno como no verão, a italianada (normalmente mulheres) insiste em torrar a pele só por vaidade, entendes? Parece que no passado isso não era assim (muitos eram bronzeados em razão do trabalho que desempenhavam, quase sempre expostos ao sol). De umas décadas pra cá, ser bronzeado virou (pelo menos para alguns italianos) sinônimo de beleza, aproveitar a vida... Vai entender a cabeça dessa gente, né? Um abração e tudo de bom!

Carolina disse...

Davi parabéns por esse post! Eu já tinha lido sobre a tanorexia...e como temos transtornos hoje em dia relacionadas a imagem corporal...
Logo que cheguei aqui percebi o tanto de produtos no mercado para se autobronzear ou até maquiagem para rosto e corpo que garante o aspecto bronzeado!Aqui em Portugal as pessoas também não tem cuidados para se proteger do sol, como usar um bloqueador ou filtro.
Ótimo texto!Carol.

Momô disse...

hahahaha estou lascada então! Sou mega branquela e fujo do sol! Vou ser vista como et ou aberração por lá!!!

Davi disse...

Vixe! Está mesmo. Não vá para a praia! hehehehe
Eu também sou branquinho, mas nem ligo: me escondo do sol mesmo (ou uso filtro solar, quando posso). Temos que nos lembrar do "maledeto" câncer de pele... =D
Mas nem todos os italianos são tanoréticos, viu?

Um abraço!

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